Resgatar positivas tradições, ligadas à história de Esteio, para que os jovens da atualidade vivenciem sadias experiências culturais, é uma proposta que vale a pena ser defendida. Neste período histórico, quando a digitalização participa excessivamente do cotidiano das pessoas, é muito importante que sejam efetivadas ações na vida “analógica” das comunidades, fora de computadores ou telefones móveis: a vida é mais do que meramente uma tela. Assim, dar contato às crianças e aos adolescentes a uma pluralidade de manifestações artísticas e étnicas, não só no formato virtual, possibilita que eles, no futuro, escolham conscientemente identidades e práticas culturais cotidianas, e destacando seus valores sociais. 

Desta forma, os realizadores desse projeto se preocupam com a formação cultural múltipla dos educadores de séries iniciais do Ensino Fundamental, agregando a eles, através de atividades específicas, ferramentas para ampliar os olhares de seus alunos sobre a diversidade cultural do município de Esteio, parte integrante do primeiro povoamento oficial de alemães no Brasil. Também traz a dança como instrumento condutor de ideias e tradições, agregando aos participantes o desenvolvimento corporal, motricidade e musicalização, elementos importantes para o desenvolvimento cognitivo e social. Inegavelmente, um cidadão que tem diversos conhecimentos, sem nutrir preconceitos, têm maiores chances de, na vida adulta, ter sucesso pessoal e profissional.

Especificamente sobre a publicação “Esteio: (re)descobrindo identidades – parte 1”, ela é a primeira no gênero voltada à identidade teuto-brasileira, trazendo informações que só são atualmente encontradas em livros em idioma estrangeiro. Igualmente abre portas para que impressos similares de outras etnias tomem forma em futuros editais do poder público. Trata-se de uma oportunidade ímpar de ampliar as fontes de informação para os profissionais da educação, que mesmo que não realizem a oficina oferecida nesta proposta, podem utilizar desse material para se instrumentalizar e ofertar novas atividades escolares e comunitárias. É um livreto que ficará para posteridade, disponível a consultas por décadas nas bibliotecas municipais.